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Caminhão movido a hidrogênio da Toyota inicia testes nos EUA

 

O hidrogênio seria o combustível perfeito.

Ele não emite poluentes - só água potável -, não precisa ser carregado por horas na tomada, seu reabastecimento é como o de um carro a gasolina e trabalha com motores elétricos, que geram bastante torque.

Em relação aos motores à combustão e os elétricos, a célula de hidrogênio traz a vantagem de não produzir poluentes em nenhuma de suas etapas de operação ou abastecimento - nos EUA, os dois principais geradores de gases com efeito estufa são justamente os setores de transporte e o de geração de eletricidade.

Mas a realidade é um pouco diferente.

Faz 50 anos que a indústria trabalha com o conceito, sem conseguir se aproximar de uma popularização como a que já ocorre com híbridos e elétricos.

Mesmo assim, ela ainda é a meta a ser alcançada - pelo menos para os fabricantes japoneses, que hoje investem em modelos como o Honda Clarity e o Toyota Mirai.

Na Toyota, o chamado ‘Projeto Portal', estuda a viabilidade de usar célula de combustível de hidrogênio em grandes caminhões. Grandes mesmo: o primeiro protótipo é baseado no Kenworth T660.

No protótipo, a parte da cabine que correspondia ao leito foi ocupada por quatro tanques de hidrogênio sob alta pressão e duas baterias de ions de lítio de 6 kWh. Também há duas células de combustível saídas diretamente do Toyota Mirai.

Claro que o caminhão não tem motor de apenas 150 cv como o Mirai. São 670 cv e 135,1 mkgf de torque, números equivalentes ao dos motores diesel usado por caminhões deste porte.

Diz a Toyota que este caminhão acelera mais rápido que um convencional a diesel, o que é plausível, pois os motores elétricos geram torque máximo imediato.

Nos tanques vão 40 kg de hidrogênio.

É o suficiente para percorrer 240 km com carga de 27,3 toneladas, ou 384 km com 16,3 t.

Isso ainda é uma desvantagem: com dois tanques de 120 litros um Kenworth percorre mais de 1.900 km sem reabastecer.

Não foi à toa que a Toyota realizou testes na área do porto de Los Angeles, com raio de atuação de apenas 112 km.

Caso o hidrogênio e a carga da bateria acabasse no meio do caminho, uma equipe de reabastecimento chegaria até o caminhão em até 40 minutos.

Além da falta de qualquer tipo de infra-estrutura para o hidrogênio, até mesmo no sul da Califórnia onde combustíveis alternativos têm mais espaço, o hidrogênio é caro.

Embora seja o elemento mais abundante no universo, ele não existe em grandes quantidades naturalmente na Terra.

E gasta-se muita energia e material para obtê-lo.

Uma frota maior concentrada em determinadas rotas poderia viabilizar uma rede de abastecimento de veículos a hidrogênio.

Por enquanto, o objetivo é provar que um caminhão com funcionamento tão complexo pode ser confiável diariamente com uma tecnologia tão complexa.

A questão da autonomia deve ficar para depois.

 

 

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Quatro Rodas.

 

 

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